domingo, 31 de março de 2013

O Valor da Biodiversidade… breve abordagem



Norbert Jürgens: “A consciência do público ainda não está bem desenvolvida sobre como toda esta diversidade de organismos vivos contribui fortemente para o nosso bem-estar humano porque eles (diversidade de organismos) estabilizam os ecossistemas.”


Neste post vou tentar discutir um pouco a noção do valor que podemos atribuir à biodiversidade, uma questão que ficou em aberto no post anterior.
De acordo com MEA (2005), os vários componentes da biodiversidade (a variedade, a composição, a abundancia relativa de espécies e as todas as interações entre si e com o meio ambiente) têm um papel fulcral nos serviços prestados pelos ecossistemas que afetam o bem-estar da população humana.
Segundo CBD (2001, apud Freitas, 2012), os serviços ecossistémicos podem ser divididos em quatro categorias: serviços de provisão, ou o fornecimento de bens de benefícios diretos para as pessoas, como a madeira proveniente de florestas, plantas medicinais e os peixes dos oceanos, rios e lagos; serviços de suporte, que não fornecem benefícios diretos para as pessoas mas são essenciais para o funcionamento dos ecossistemas e, portanto, indiretamente responsáveis por todos os outros serviços, tais como a formação dos solos e os processos de crescimento das plantas; os serviços reguladores, o sortimento de funções vitais realizadas pelos ecossistemas, que incluem a regulação do clima por meio do armazenamento de carbono e do controle da precipitação local, a remoção de poluentes pela filtragem do ar e da água, e a proteção contra desastres, como deslizamentos de terra e tempestades costeiras; por fim os serviços culturais, que embora não forneçam benefícios materiais diretos, contribuem para ampliar as necessidades e os desejos da sociedade, nos quais se incluem o valor espiritual ligado a determinados ecossistemas, tais como os bosques e a beleza estética das paisagens ou das formações costeiras que atraem turistas.
As ameaças existentes que conduziram e conduzem à perda de biodiversidade e degradação dos habitats naturais levaram à interrupção dos serviços dos ecossistemas, e consequentemente a custos económicos e prejuízos sociais (MEA, 2005).
Um dos pontos fulcrais presentes no MEA (2005) é a necessidade de reduzir a perda de biodiversidade através da criação legislação de caráter conservacionista, com o cunho da sustentabilidade, no intuito de proteger e conservar a biodiversidade para as gerações futuras.
É inquestionável a importância que a biodiversidade tem nas nossas vidas, e para a nossa sobrevivência, no entanto, são várias as interrogações que surgem quanto aos valores que estão envolvidos nestas políticas: Valores éticos ecocêntricos ou valores antropocêntricos? Qual o valor atribuído à biodiversidade?
Segundo Alho (2008), à importância dos processos dos serviços ecológicos acrescem argumentos morais, filosóficos, políticos, económicos e científicos que enfatizam o valor da biodiversidade.
É possível destacar a dimensão ecocêntrica da biodiversidade, na qual esta possui valor intrínseco por ser parte do mundo natural, e conservação de espécies, recursos genéticos e ecossistemas é importante para a manutenção de processos ecológicos (Alho, 2008). Este argumento ético afirma que a proteção da integridade biológica é moralmente boa, é baseada no facto de que a perda de biodiversidade nos dias de hoje é causada por atividades humanas e distúrbios, tendo como consequência a extinção recente de milhares de espécies.
Os serviços ecológicos fornecidos pela biodiversidade, dos quais o homem depende, implicam valores estéticos e recreativos, mas acima de tudo, valores economicistas representados por argumentos de cariz antropocêntricos, nitidamente utilitaristas (Alho, 2008).
De acordo com Freitas (2012), é no campo do valor económico que se encontra o maior desafio aos que procuram justificar a necessidade da proteção da biodiversidade pela enumeração das vantagens que essa proteção vai gerar às sociedades humanas.
Mas como quantificar economicamente os bens e serviços resultantes da biodiversidade? Qual o valor económico de um mergulho na praia da costa da Caparica? Qual o valor de respirar o ar puro da Floresta Laurissilva da Madeira?
Esta dificuldade está relacionada com o facto da maioria dos serviços prestados pela biodiversidade não serem diretamente mensuráveis nem quantificados em termos de mercado económico já que, de acordo com Alho (2008), os preços de mercado podem ser aplicados quando benefícios diretos da biodiversidade estão envolvidos, ou seja, quando o consumidor adquire um produto direto da biodiversidade, como comprar peixe ou vegetais. Quando a perda de biodiversidade está envolvida, as despesas preventivas ou mitigadoras são aplicadas. Se um determinado ecossistema está sob ameaça de uma atividade humana, por exemplo, o custo de implantação de uma unidade de conservação, protegendo o mesmo ecossistema, pode ser usado para estimar o benefício de sobrevivência desse ecossistema. Esta ideia não é estritamente para estimar o valor monetário da biodiversidade, mas sim para fornecer alternativas para evitar perdas. Neste tipo de casos, o valor final depende da relação mitigação/ compensação, algo difícil de prever. Neste sentido, é imperativo procurar alternativas para reduzir o impacto sobre a biodiversidade causado pela atividade humana necessária (ou não!) para o desenvolvimento económico.
O artigo de Pereira (2009), também discute esta temática, afirmando que a dificuldade na atribuição de valor económico aos bens e serviços gerados pela diversidade biológica depende do tipo de valores em questão:“ (…) estes têm sido divididos, por autores como Young e Barbier, em valores de uso e valores de não uso. Entre os valores de uso, os bens e serviços podem ter um valor resultante do seu uso direto – madeira, caça, turismo, da sua função ecológica – fotossíntese, proteção contra a erosão, ou por serem um valor de opção. Por valor de opção entende-se os benefícios ainda desconhecidos da biodiversidade, como a descoberta de novas substâncias para o tratamento de doenças. Os valores de não uso separam-se entre valores de existência, como é a satisfação por sabermos que o Lince-ibérico ainda existe nas serras do Sul de Portugal, ou o valor de doação, relacionado com a possibilidade de podermos transmitir às gerações vindouras o mesmo património que nos foi legado.
No sentido de alertar os decisores políticos, os empresários e o público em geral surge, em 2007, o TEEB (Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade), um estudo iniciado pelo G8 e por cinco dos principais países em desenvolvimento, centrado nos benefícios económicos globais da diversidade biológica, nos custos decorrentes da perda de biodiversidade e na ausência de medidas de proteção versus o custo da tomada de medidas eficazes (DGACE, 2011).
O TEEB (DGACE, 2011) enfatiza a necessidade de perceber o valor do capital natural e integrá-lo nos processos de tomada de decisão, e em fornecer respostas eficientes e equitativas através de medidas concretas, tais como: recompensando monetariamente aqueles que mantêm ou reforçam os benefícios ecossistémicos, tais como o abastecimento de água e a reflorestação; reestruturando a utilização dos subsídios, que ascendem atualmente a 1 bilião de dólares por ano, um terço dos quais para apoiar a produção e o consumo de combustíveis fósseis; adotando uma regulamentação sólida para estabelecer normas ambientais e regimes de responsabilidade ambiental. O relatório sugere ainda alargar a cobertura das zonas protegidas, que atualmente abrangem 13,9 % da superfície terrestre e 5,9 % dos mares territoriais, mas apenas 0,5 % do mar alto.
No âmbito das políticas ambientais da proteção da biodiversidade não resisto a colocar neste trabalho as ideias do biólogo Shahid Naeem’s, segundo o qual o valor científico da biodiversidade e o conhecimento e compreensão que dai advêm ser essencial na elaboração de políticas ambientais adaptadas ao real funcionamento das espécies e ecossistemas, assim como das consequências da perda de biodiversidade nos ecossistemas (Dybas, 2006).
Em suma, parece-me de extrema importância para a conservação e proteção da biodiversidade que o seu valor seja reconhecido numa perspetiva multidimensional que englobe, de forma equilibrada, os fatores éticos, económicos e sociais, traduzidos em políticas ambientais sustentáveis e reconhecidas pelos cidadãos no sentido de mudar hábitos, comportamentos e políticas e inverter o panorama catastrófico que a perda de biodiversidade implica.


Bibliografia
Alho, C. J. R. 2008, The value of biodiversity, Brazilian Journal of Biology, 68(4, Suppl.), pp. 1115-1118
Araújo, M. 1998, Avaliação da biodiversidade em conservação, Silva Lusitana, 6 (1):19-40.
Barbieri, Edison 2010, Biodiversidade: a variedade de vida no planeta Terra. Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Marinho. Instituto de Pesca. APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios)
Convention on Biological Diversity (CBD) 2001, Global Biodiversity Outlook1 (GBO): Executive Summary, consultado em 30 de Março de 2013, http://www.cbd.int/gbo1/summary.shtml
Coutinho, P. 2001. O valor da biodiversidade, consultado em 30 de Março de 2013, http://www.comciencia.br/reportagens/biodiversidade/bio12.htm
Direção Geral do Ambiente da Comissão Europeia (DGACE) 2011, Meio Ambiente para os Europeus: Atribuir um valor à biodiversidade, Revista da Direção Geral do Ambiente, nº41, pp. 9-10
Dybas, C. L. 2006, Biodiversity: The Interplay of Science, Valuation, and Policy, BioScience, Vol. 56, No. 10, pp. 792-798
Freitas, M. L. (2012), O valor da biodiversidade, consultado em 30 de Março de 2013, http://jus.com.br/revista/texto/23399/o-valor-da-biodiversidade
Millennium Ecosystem Assessment (MEA) 2005, pp. 1-41. In Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, D.C.
- Pereira, C. 2009, O Valor da Biodiversidade. consultado em 30 de Março de 2013, http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=5432&iLingua=1

domingo, 24 de março de 2013

Biodiversidade – breve abordagem…



Nature uses only the longest threads to weave her patterns, so each small piece of her fabric reveals the organisation of the entire tapestry.


Richard P. Feynman, Physicist and Nobel Prize Winner (EEA, 2010)




O planeta Terra apresenta uma característica que o individualiza dos restantes planetas conhecidos do Universo, a presença de vida. Os cientistas consideram que a vida surgiu no nosso planeta há cerca de 3,8 mil milhões de anos, evoluindo em diversidade e complexidade até à atualidade. Desde a vida microscópica à macroscópica, todos os seres constituem um dos componentes do sistema Terra, a Biosfera, que estabelece uma relação de interdependência com os restantes, a Geosfera, a Hidrosfera e a Atmosfera.
Os seres vivos conhecidos e desconhecidos, existentes no presente e no registo fóssil apenas confirmam as múltiplas dimensões que a vida pode assumir, tal como sucede nas relações que estabelecem entre si e com o meio ambiente. Toda esta diversidade biológica e ecológica pode ser traduzida numa única palavra, Biodiversidade.
Existem inúmeros conceitos de biodiversidade, sendo um dos mais conhecido a definição proposta na Convenção de Diversidade Biológica (1992), segundo a qual a biodiversidade "significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, entre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas."
Pessoalmente prefiro o conceito apresentado pelo ICNF (2010), segundo o qual a biodiversidade é a variedade de formas de vida e dos processos que as relacionam, incluindo todos os organismos vivos, as diferenças genéticas entre eles e as comunidades e ecossistemas em que ocorrem. Esta escolha tem a ver com a união das três dimensões de diversidade biológica, a nível genético (genes de uma espécie); a nível das espécies e ao nível dos ecossistemas, que inclui todos os outros.
As ameaças à biodiversidade são numerosas e atividade humana é responsável pela maioria delas. De acordo com IUCN (2010) a destruição e fragmentação de habitats afetam 86% de todas as aves ameaçadas, 86% dos mamíferos ameaçados e 88% dos anfíbios ameaçados. A introdução de espécies exóticas invasoras, a sobre-exploração dos recursos naturais (extração de recursos, a caça e pesca de alimentos, animais de estimação, uso para a medicina), a poluição e as mudanças climáticas induzidas pelo homem (por exemplo, alteram os padrões de espécies migratórias).
A Biodiversidade representa a base dos ecossistemas que, através dos serviços que prestam, afetam o bem-estar das populações humanas. Estes serviços ecológicos incluem os alimentos, água, madeira e fibras, serviços de regulação, tais como a regulação do clima, enchentes, doenças, resíduos e qualidade da água; serviços culturais (zonas de lazer), prazer estético, realização espiritual, e serviços de apoio, tais como formação do solo, a fotossíntese, a reciclagem de nutrientes. (MEA, 2005)
Veja-se o exemplo da Ilha da Madeira, onde resido atualmente:
A Ilha da Madeira, de origem vulcânica, possui um solo fértil, capaz de suster uma vegetação rica com elevada biodiversidade, onde é possível encontrar exemplares de inúmeras famílias e espécies. O principal recurso da Ilha da Madeira é a sua biodiversidade, nomeadamente a sua floresta indígena, a Laurissilva. No entanto, também existe a floresta exótica ou introduzida que já possui grande representatividade na ilha. De acordo com PNM (2011) a Laurissilva é constituída por árvores da família das lauráceas e endémicas da Macaronésia, sendo um tipo de floresta onde coabitam inúmeras espécies, com elevado grau de endemismo, em estreita interdependência entre si e com o meio. A elevada biodiversidade e a sua importância no equilíbrio hidrológico e geológico da ilha fazem com que proporcione recursos e serviços fundamentais para o bem-estar e para as atividades económicas do homem. Em termos ambientais a floresta é muito importante na redução da erosão dos solos (prevenção de derrocadas e aluviões em zonas habitadas), na purificação atmosférica e na manutenção do próprio clima da ilha. Tem um papel relevante na captação de água, através do fenómeno de precipitação oculta, e é um foco de biodiversidade natural, com inúmeras espécies endémicas. A nível socioeconómico estão dependentes os setores de atividade primários e da energia, pela necessidade de água. O setor do turismo, a principal atividade económica e empregadora da ilha, tem como principal oferta turística a biodiversidade associada à floresta nativa (DRFCN, 2011).
Desde que os habitantes e governantes tomaram consciência da dependência que têm da Floresta, desenvolveram um conjunto de políticas e medidas de proteção, contra ameaças humanas e naturais. Estas ações culminaram com a criação de várias áreas protegidas que constituem o Parque Natural da Madeira.
A Ilha da Madeira é um bom exemplo da importância que a biodiversidade tem em termos de desenvolvimento sustentável de uma região e de esforços que são realizados para a sua preservação e conservação.
Mas… pergunto-me o que está realmente na origem das políticas ambientais de preservação da Biodiversidade? Motivos económicos? Motivos ecológicos? Motivos éticos e culturais?
A resposta a esta questão está em uma outra questão: Qual o valor que realmente atribuímos à Biodiversidade e que está por trás das políticas de conservação?
A política ambiental seguida na Madeira segue as diretrizes das políticas europeias e internacionais que são, na sua maioria de cariz antropocêntrico, visando a preservação da biodiversidade com o cunho da sustentabilidade, faltando-lhe uma perspetiva ética ecocêntrica, já que a biodiversidade está carregada de valor intrínseco, para além do valor instrumental que a maioria dos documentos políticos lhe confere.
O problema não é apenas político, é social, é um problema de valores e moral, cuja possível solução está na mudança de atitudes e comportamentos no qual a educação ambiental poderá desempenhar um papel fundamental no processo de se inverter o panorama de destruição da biodiversidade. Como? Talvez através de uma formação adequada dos cidadãos (neste aspeto a escola, os programas escolares e a formação dos professores adquire grande importância na aquisição de competências cívicas), envolvendo-os diretamente nos processos de decisão e implementação de estratégias (a nível local, nacional, regional e global) apelando à participação de todos com um objetivo comum – a preservação da biodiversidade.



Biological diversity provides the goods and services that make life on earth possible and satisfy the needs of human societies. The variability it represents constitutes a global life insurance policy. (CDB, 2001:9)




Referências bibliográficas

Araújo, M. 1998, Avaliação da biodiversidade em conservação, Silva Lusitana, 6 (1):19-40.

Bacelar-Nicolau, P. e Azeiteiro, U.M. 2010, Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (documento vídeo).

Barbieri, Edison 2010, Biodiversidade: a variedade de vida no planeta Terra. Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Marinho. Instituto de Pesca. APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios)
Christie, M. et al. (2006) "Valuing the diversity of biodiversity", Ecological Economics, 58:304-317.
Comissão Europeia. Direcção-Geral do Ambiente 2006, Convenção sobre a Diversidade Biológica: implementação na União Europeia, consultado em 22 de Março de 2013, http://ec.europa.eu/environment/biodiversity/international/pdf/leaflet_pt.pdf
Convention on Biological Diversity (CBD) 2001, Global Biodiversity Outlook1 (GBO): Executive Summary, consultado em 22 de Março de 2013, http://www.cbd.int/gbo1/summary.shtml
Direção Regional de Florestas e Conservação da Natureza (DRFCN) 2011, Floresta da Ilha da Madeira, consultado em 22 de Março de 2013, http://www.sra.pt/drf/index.php?option=com_content&view=article&id=57%3Afloresta-da-ilha-da-madeira&catid=42%3Acaracterizacao&Itemid=101&lang=pt
European Environment Agency (EEA) 2010, A tapestry of life — Biodiversity: our life support 'eco-system', consultado em 22 de Março de 2013, http://www.eea.europa.eu/signals/signals-2010/a-tapestry-of-life
ICNF (2013). Portal do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, consultado em 22 de Março de 2013, em http://www.icnf.pt
International Union for Conservation of Nature (IUCN) 2010, About biodiversity, consultado em 22 de Março de 2013, http://www.iucn.org/iyb/about/
Millennium Ecosystem Assessment (MEA) 2005, pp. 1-41. In Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, D.C.
Parque Natural da Madeira (PNM) 2011, Parque Natural da Madeira, consultado em 22 de Março de 2013, http://www.pnm.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=2&Itemid=17&lang=pt
Wilson, E.O. 1988, The current state of biological diversity, In Biodiversity. National Academy Press, USA.