De a cordo com Borralho (2013) uma análise realizada por uma equipa internacional de investigadores
permitiu concluir que a Rede Natura 2000 abrange qualitativamente as
espécies ameaçadas da UE mas não representa eficientemente a sua
distribuição geográfica relativa, o que contribui para uma maior
vulnerabilidade de algumas espécies.
Consultar o artigo aqui: http://naturlink.sapo.pt/Noticias/Noticias/content/Estudo-Rede-Natura-2000-abrange-as-especies-ameacadas-mas-e-ineficiente-quanto-a-sua-representatividade-territorial?bl=1
Se lerem com atenção o artigo, podem constatar que mesmo numa rede complexa e com um plano muito bem definido, articulado com as políticas europeias e adaptadas a cada nação membro, apresenta ainda alguma dificuldade de, na prática, avaliarem convenientemente as áreas a proteger no sentido de contemplarem, em termos distribuição geográfica, as espécies a priorizar nas medidas de preservação.
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Bibliografia
Borralho, R. (2013), Rede Natura 2000 abrange as espécies ameaçadas mas é ineficiente quanto à sua representatividade territorial, Naturlink, consultado a 27 de Abril de 2013 em http://naturlink.sapo.pt/Noticias/Noticias/content/Estudo-Rede-Natura-2000-abrange-as-especies-ameacadas-mas-e-ineficiente-quanto-a-sua-representatividade-territorial?bl=1
domingo, 28 de abril de 2013
quarta-feira, 24 de abril de 2013
INVASORAS - Novo site sobre plantas invasoras da Universidade de Coimbra
Foi criado um novo website dedicado às Plantas Invasoras em Portugal, por uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra.
O lema do site é: Educação, deteção e ação.
Os principais objetivos são:
Mais outro bom exemplo de uma tentativa de levar ao comum dos cidadãos a possibilidade de participar em várias ações de cariz científico!
Aceder em: http://invasoras.uc.pt/
O lema do site é: Educação, deteção e ação.
Os principais objetivos são:
- alertar para o problema das invasões biológicas;
- dar a conhecer as plantas invasoras a nível nacional;
- estimular a participação ativa do público quer no mapeamento destas espécies quer em atividades de controlo e divulgação:
Mais outro bom exemplo de uma tentativa de levar ao comum dos cidadãos a possibilidade de participar em várias ações de cariz científico!
Aceder em: http://invasoras.uc.pt/
A Rede Natura 2000 (1- Introdução)
A preservação e conservação de áreas naturais é um dos
princípios base das políticas ambientais internacionais, e um dos pilares do
desenvolvimento sustentável. Segundo MEA (2005), as áreas
protegidas são uma parte extremamente importante de programas de conservação da biodiversidade e
dos ecossistemas, especialmente em habitats considerados
sensíveis e vulneráveis.
A rede Natura 2000 é
o principal instrumento para a conservação da natureza na União Europeia. De
acordo com ICN (2006), A Rede Natura 2000 é uma rede ecológica para o espaço
comunitário da União Europeia resultante da aplicação das Diretivas n.º
79/409/CEE (Diretiva Aves) e n.º 92/43/CEE (Diretiva Habitats) que tem como
finalidade assegurar a conservação a longo prazo das espécies e dos habitats
mais ameaçados da Europa, contribuindo para parar a perda de biodiversidade.
Azeiteiro (2011) e ICNF (2012), destacam a importância da Rede Natura em proporcionar
uma conectividade ambiental entre o Homem a Natureza, já que as atividades humanas deverão ser
compatíveis com a preservação destes valores, visando uma gestão sustentável do
ponto de vista ecológico, económico e social.
A garantia da prossecução destes objetivos passa necessariamente por uma articulação da política de conservação da natureza com as restantes políticas setoriais, nomeadamente, agrossilvopastoril, turística ou de obras públicas, por forma a encontrar os mecanismos para que os espaços incluídos na Rede Natura 2000 sejam espaços vividos e geridos de uma forma sustentável (ICNF, 2012).
Esta rede é formada por Zonas de Proteção Especial (ZPE),
estabelecidas ao abrigo da Diretiva Aves, que se destinam essencialmente a
garantir a conservação das espécies de aves, e seus habitats, e das espécies de
aves migratórias e cuja ocorrência seja regular; e Zonas Especiais de Conservação
(ZEC) criadas ao abrigo da Diretiva Habitats, com o objetivo expresso de contribuir
para assegurar a Biodiversidade, através
da conservação dos habitats naturais e dos
habitats de espécies da flora e da fauna selvagens, considerados ameaçados no
espaço da União Europeia (ICN, 2006).
Na imagem1 é possível observar os procedimentos a efetuar
para a criação de uma área protegida na Rede Natura 2000.
Imagem1-
procedimentos para a criação da Rede Natura 2000 (IUCN, 2006)
- A rede natura 2000 na Europa: http://natura2000.eea.europa.eu/#
- Barómetro da Rede Natura 2000 na Europa: http://ec.europa.eu/environment/nature/natura2000/barometer/index_en.htm
- A rede natura 2000 em Portugal Continental e Ilhas: http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/rn2000/rn-pt/rn-PT
Esta vasta Rede constitui assim uma
abordagem prática e séria de implementação de medidas concretas na Conservação
de Habitats e espécies ameaçadas, contribuindo de forma eficaz para a sua
preservação.
Bibliografia
Azeiteiro, U.M. 2011 "Conservação da
Biodiversidade",UAb Documento PDF
Instituto de Conservação da Natureza (ICN) 2006, “Rede Natura
2000”, brochura.
Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICN) 2013,
“Rede Natura 2000” consultado em 22 de Abril de 2013, http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/rn2000
Millennium
Ecosystem Assessment (MEA) (2005) What response options can conserve
biodiversity and promote , pp. 69-76, in Ecosystems and Human Well-being:
Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, D.C.
European Commission 2013, “Natura 2000”, consultado em 22 de Abril
de 2013, http://ec.europa.eu/environment/nature/natura2000/index_en.htm
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Ameaças à biodiversidade
Vídeos do youtube
- Crisis of life (part1) – https://www.youtube.com/watch?v=xBwg9xT7iIw
- Crisis of life (part2) –https://www.youtube.com/watch?v=c5Mb0M6eWjA
- Crisis of life (part3) –https://www.youtube.com/watch?v=stOv_v-0ecA
- Crisis of life (part4) –https://www.youtube.com/watch?v=02cBEK4bj0Y
O vídeo Crisis of life (1-4), demonstra a vulnerabilidade da
Biodiversidade a várias ameaças que colocam em risco o seu valor ecológico,
económico e social.
A perda de biodiversidade no
planeta não é uma constatação, é um facto. De acordo com CDB (2010), a partir
de 2009, 47.677 espécies tinham sido avaliadas, e destas, 36% são consideradas
ameaçadas de extinção, enquanto que, de 25.485 espécies em grupos completamente
avaliados (mamíferos, aves, anfíbios, corais, caranguejos de água doce,
cicadáceas e coníferas), 21% são consideradas ameaçadas. De 12.055 espécies de
plantas avaliadas, 70% estão ameaçadas. A imagem1 representa a proporção desde todas as espécies avaliadas em diversas
categorias de risco de extinção na Lista Vermelha da IUCN, baseada nos mesmos dados referidos acima.
Imagem1 -Proporção de espécies em diferentes categorias de ameaça (adaptado de CBD, 2010)
De acordo com Myers (1996), a criação de hotspots
de biodiversidade, locais de elevada diversidade biológica indígena, permitiu uma
pesquisa científica detalhada e uma monitorização mais efetiva. Estes aspetos possibilitaram
o estudo detalhado das principais ameaças à biodiversidade, assim como a
proposta de soluções para as mesmas.
De acordo com MEA (2005a, 2005b), as
principais forças motrizes que contribuem para a diminuição da biodiversidade,
e consequentemente, para os serviços ecossistémicos prestados podem ser
divididas em diretas e indiretas. Estas forças motrizes, nomeadamente as de
origem predominantemente antropogénica, têm aumentado o seu impacto e a sua
pressão sobre a biodiversidade
As principais ameaças diretas à
biodiversidade são a transformação dos habitats; alterações climáticas, sobre-exploração
de recursos, poluição e espécies invasoras.
Em Portugal, por exemplo, de
acordo com Proença (2009), a expansão das áreas de cultivo e pastoreio criou
áreas e condições de conflito entre as populações rurais e algumas espécies
silvestres como o lobo (Canis lupus), cujo acentuado declínio se deve em grande
parte à destruição do habitat e à perseguição por parte das populações.
A sobre-exploração de recursos
naturais apresenta-se também como um grave problema, nomeadamente em sistemas
marinhos, onde a procura crescente provoca o colapso dos recursos pesqueiros
regionais. De acordo com MEA (2005a) as reservas de pesca globais foram
reduzidas em 90% relativamente aos níveis existentes antes da ação da indústria
pesqueira.
O impacto destes fatores varia de acordo com os biomas em
questão. Na imagem2, é possível verificar que os ecossistemas marinhos e
costeiros estão a ser mais afetados, assim como as florestas tropicais.
Imagem2 -Principais forças motrizes da perda de biodiversidade (adaptado de MEA, 2005a)
Os fatores referidos anteriormente estão relacionados com
outros que, indiretamente, afetam a biodiversidade, nomeadamente fatores demográficos,
económicos, sociopolíticos, culturais e religiosos, científicos e tecnológicos (MEA,
2005a).
De acordo com Domingos (2009), o aumento da população e a
inexistência de um plano de urbanização com uma base ecológica causaram
impactos profundos em habitats de várias áreas em Portugal. De outros dos principais factores económicos, que nos últimos anos têm afectado a biodiversidade em Portugal, destacam-se a exploração económica das Forestas, nomeadamente das Forestas de eucalipto, e o turismo e as actividades recreativas (que provocam o aumento da expansão urbanística). Estes exemplos
permite uma relação direta entre o crescimento populacional e económico e um dos
principais impulsionadores da destruição de habitats, a maior força motriz da perda
de biodiversidade em todos os biomas terrestres (imagem2).
As principais causas e impactos da perda de biodiversidade
estão identificados e provados em estudos científicos, assim como as recomendações
para todos os agentes envolvidos nos processos de negociação, decisão (agências
governamentais e não governamentais, empresas privadas e cidadãos). O que
falta? Na minha opinião, um consenso e uma implementação efetiva dessas medidas…
temática a abordar no próximo post.
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Referências Bibliográficas
•Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) (2010) "Panorama da Biodiversidade Global 3",
•Domingos. T. et al. (2009) "Promotores de alterações
nos ecossistemas" pp. 57 - 89. In Ecossistemas e Bem-estar humano -
Avaliação para Portugal do Millennium Ecosystem Assessment, Escolar Editora.
•Millennium
Ecosystem Assessment (2005a) Causes of biodiversity change, pp. 8-10. In
Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources
Institute, Washington, D.C.
•Millennium
Ecosystem Assessment (2005b) What are the current trends and drivers of
biodiversity change and their trends, pp. 42-59. In Ecosystems and Human
Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, D.C.
•Myers, N.
(1996) “The rich diversity of biodiversity issues” pp. 125-138. In M.
Reaka-Kudla, D.E. Wilson, & E.O. Wilson (eds.) Biodiversity II:
understanding and protecting our biological resources, Joseph Henry Press,
Washington, D.C.
•Proença,
V. et al. (2009) "Biodiversidade" pp. 127 -179. In
Ecossistemas e Bem-estar humano - Avaliação para Portugal do Millennium
Ecosystem Assessment, Escolar Editora.
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